O propósito de missões não é a
salvação dos perdidos, mas glória de Deus. Nós fomos criados para a glória de
Deus (Isaías 43.7). Todas as coisas são dele, existem por Ele e foram feitas
para Ele (Romanos 11.36). A salvação é concedida em Cristo, para que Deus seja
glorificado (Efésios 1.6). Assim missões, seguindo o exemplo de Paulo (Efésios
3.8-21), é levar a mensagem de salvação aos povos, para que Deus seja
glorificado.
É interessante como esse
propósito missionário se concretiza com música. O salmista chama todas as
nações a cantarem ao Senhor, anunciando entre todos os povos a sua glória
(Salmo 96.1-3). O templo do Senhor construído por Salomão, que se tornou casa
de oração para todos os povos, foi consagrado com óleo, sacrifícios e música,
quando a glória do Senhor encheu aquele lugar (2 Crônicas 5.11-14). Aqueles que
vencerão a besta, a sua imagem, seu número e seu nome, entoarão o cântico de
Moisés e do Cordeiro, tocando harpas de Deus, estando em pé diante do mar de
vidro, celebrando a consumação da ira de Deus (Apocalipse 15.1-4).
Deste modo, não há ação
missionária correta sem levar as pessoas evangelizadas a cantarem louvores a
Deus Pai e ao Filho Eterno. O ensino da música serve de estratégia missionária.
O missionário pode ensinar violão em troca de uma aula de estudo bíblico.
Aqueles que se converterem podem se integrar aos ministérios da nova igreja
cantando em corais, grupos de louvor, grupos instrumentais, cuidando do som nos
cultos, da projeção digital e tantos outros serviços ligados à música na
Igreja. Esta estratégia torna a formação musical do obreiro cristão que irá
trabalhar no campo missionário indispensável. Um bom conselho seria todo
obreiro em formação lutar para aprender a tocar um instrumento harmônico como
violão, teclado ou acordeão.
Um desafio se levanta diante da
questão: que música seria utilizada no campo missionário transcultural? Ainda que
a música esteja presente em todos os povos conhecidos, o sistema de música
utilizado não é universal. Enquanto nós, ocidentais, dividimos uma oitava, o
intervalo de Dó até o outro Dó, em doze partes iguais, os indianos dividem em
vinte e quatro ou até vinte oito partes diferentes o mesmo intervalo, por isso,
para nós, essa música soa tão estranha e até incômoda. É necessário que o
missionário seja muito sensível às características culturais daquela música,
identificando os elementos que não contradizem as Escrituras e utilizar aquela
arte diferente da sua para glória de Deus.
Afinal, se todas as tribos serão
representadas é provável que nenhum desses sistemas musicais faltará também.
Carlos Renato de Lima Brito http://www.violabrito.blogspot.com.br
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